15 de Junho – Dia Mundial de Conscientização da Violência contra o idoso

Assim como Mulheres e Crianças, os Idosos também simbolizam números alarmantes nos índices de vítimas de violência no mundo. Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Faculdade Davis de Gerontologia da Universidade de Southern California, nos EUA, ao menos 17% dos idosos são vítimas de algum tipo de violência no mundo. O país que apresentou o dado mais alarmante foi o Peru, chegando até o percentual de 79%.

A temática se torna ainda mais preocupante na medida em que percebe-se que é crescente o número de idosos em todo o mundo – estimasse que já há mais de 150 milhões de pessoas com mais de 60 anos no planeta – e o questionamento que fica é se conforme cresce o número de pessoas idosas, crescerá também o de violências.

Tipos de Violência

A violência não é somente caracterizada pelas agressões físicas, existem diversos outros tipos que entram nessas estimativas. As principais violências, além da violência física são: a violência psicológica que se caracteriza na maioria das vezes de forma verbalizada com manipulações, xingamentos, entre outros. A violência financeira que é quando algum parente abusa financeiramente, ou utiliza-se da condição de vulnerável do idoso para assumir bens, dinheiro e até situações de extorsão e roubo. A mais absurda de todas, que é a violência sexual, e a negligência que também se configura como um desdobramento de violência que é o abandono à pessoa que necessita de cuidados e acaba por fim sozinha, ou em abrigos.

A partir de dados realizados em 28 países de diferentes regiões, culturas e níveis de desenvolvimento, a média que se estabeleceu foi a seguinte: a de que pelo menos 17% dos idosos (pessoas acima de 60 anos) sofrem algum tipo de violência sendo elas divididas entre: ser submetidos ao abuso psicológico (11,6%), financeiro (6,8%), físico (4,2%), negligência (4,2%) e sexual (0,9%).

Realidade no Brasil

Desde o ano de 2011, as denúncias de maus tratos contra idosos são as que mais crescem no Brasil. Atualmente a violência contra idosos encontra-se em segundo no ranking geral das chamadas recebidas pelo Disque 100 – que pertence à Secretaria de Direitos Humanos. Quem lidera o ranking continua sendo a violação contra crianças e adolescentes.

Segundo dados do IBGE, até 2050 a população de idosos no Brasil irá triplicar. Se atualmente a cada 10 minutos, 1 idoso é agredido no Brasil o que há se esperar para um futuro no país?

A falta de políticas públicas ainda é uma das maiores reclamações por parte da população para a então diminuição dos índices. É claro que só campanhas de conscientização e de denúncia não são suficientes. Uma maior eficácia de punição e penas aos criminosos neste tipo de crime também se mostra uma medida necessária a ser tomada não só no Brasil mas como em todo o mundo.

Onde Denunciar?

O Disque 100 foi criado em 1997 pela Secretaria de Direitos Humanos para receber denúncias de abuso contra crianças e adolescente. Conforme o número de violências também foi aumentando para outros grupos, a partir de 2011 o canal passou a registrar também denúncias contra LGBT, pessoas com deficiência, idosos e população em situação de rua.

Hoje o Disque 100 recebe cerca de 6 mil chamadas por dia entre denúncias, informações e apoio aos conselhos. É o principal canal no Brasil responsável por acolher, analisar e encaminhar denúncias de violações de direitos humanos à rede de proteção. A ligação é gratuita e anônima.

Itabuna

Em Itabuna a situação não é diferente, são inúmeros os casos de abandono e violência ao idoso. Não obstante, está sempre sendo evidenciado na mídia local que o abandono não se restringe somente à determinada família, mas a toda população que fecha os olhos ou deixa de fazer sua pequena contribuição  à causa, seja ela por meio de denúncias, compartilhando ou ajudando as instituições filantrópicas que abrigam esse público mais carente.

Em Itabuna, hoje temos o Abrigo São Francisco, o Albergue Bezerra de Menezes, a Fundação Dr. Balduíno Lopes de Azevedo entre outras instituições que justamente, por na maioria das vezes serem filantrópicas, não obtém ajuda governamental, se mantém apenas por apoio voluntário e doações.

 “As pessoas não devem fechar os olhos para o destino dos idosos, mesmo quando seja difícil aceitar que a própria família não seja sempre um porto seguro”. Rosa Kornfeld-Matte – Especialista Independente da ONU sobre Direitos Humanos

Mesmo que a boa conduta faça parte do seu lar, com a sua família, infelizmente não é a mesma realidade enfrentada por outras, que tendem a abandonar seu familiar idoso, e vale ressaltar que há também àqueles que sequer família tem. É necessária toda uma conscientização sobre a causa, solidariedade e claro, não deixar de denunciar.

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