A rede de robôs: Como se da a manipulação nas mídias sociais

O chamado “comportamento de manada” permite a manipulação de diversos assuntos nas mídias sociais, por perfis fakes.

Algumas atitudes suspeitas em perfis de instagram, facebook, twitter e demais redes sociais tem gerado bastante polêmica nas mídias. O chamado “comportamento de manada”, nada mais é do que o mercado de perfis fakes. Isso mesmo, você não leu errado. Há pessoas que compram seguidores, e perfis robôs para postarem comentários automáticos, curtidas, dentre outros, manipulando e favorecendo pessoas e/ou assuntos nas mídias sociais. Mas como se dá esse retorno às pessoas que investem nesse mercado? O Aqui No Guia trouxe algumas informações para você que tem dúvidas acerca desse emblemático tema.

COMPORTAMENTO DE MANADA

 

O conceito de manada faz referência ao instinto animal de formar grupos de determinada espécie afim de se proteger ou atacar um predador. Trazendo para o viés da vida humana, o comportamento de manada é similar ao do reino animal, quando um grupo de pessoas – sendo eles enquanto robôs, ou fakes – se unem para seguir e defender um influenciador ou ideia na internet.

“Se muitas pessoas compartilham uma ideia, outras tendem a segui-la. É semelhante à escolha de um restaurante quando você não tem informação. Você vê que um está vazio e que outro tem três casais. Escolhe qual? O que tem gente. Você escolhe porque acredita que, se outros já escolheram, deve ter algum fundamento nisso” Fabrício Benevenuto – professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Partindo desta premissa, fica mais claro o porquê do termo “manada”. O fato de muitas pessoas estarem opinando sobre determinado assunto ou falando de uma pessoa, chamam a atenção de outras – estas, reais e não robôs ou fakes – para seguir o pensamento, ou seguir a pessoa na rede social e então trazer a popularidade almejada e assim tem funcionado e ganhado notoriedade, adquirindo a forma de negócio para investimentos.

 

O MERCADO

 

Percebendo que o negócio de investimento em robôs nas redes sociais teria reverberado em popularidade nas mídias, e consequentemente, no campo físico também, muitas pessoas passaram a tratar a ideia enquanto mercado. A pessoa entra com o capital, procuram por empresas que fornecem esses perfis fakes, e dependendo da quantidade de seguidores que pretende alcançar, de curtidas, do retorno esperado, é lançado o preço do serviço.

Há também, aplicativos voltados somente a isso, como é o caso do InstaEasy, um aplicativo fundado por um brasileiro, com a finalidade de ajudar usuários a ganhar seguidores no instagram, e como sugere o nome, de forma bem “fácil”. Entre as funções do aplicativo, assim como a de outros do mesmo segmento, destaca-se a formação de nichos de mercado onde há a interação automática – likes e follows para os perfis configurados. Em suma, compra de seguidores, curtidas e ganho de “popularidade”.

 

POPULARIDADE NAS REDES SOCIAIS

 

Como mencionado, um dos investimento mais populares no chamado comportamento de manada – ou robôs virtuais – é para as redes sociais, e principalmente com a finalidade de ganho de popularidade nas redes. Mas já se perguntaram o porquê as pessoas tem recorrido a esse método? Às vezes podem ter algum viés de retorno financeiro como as “digital influencers” – nome de origem inglesa, que faz referência as blogueiras que vendem a sua popularidade para patrocinadores e divulgação de produtos – e também, há aqueles que recorrem por mera vaidade.

Vivemos na era tecnológica e as pessoas tem sentido cada vez mais necessidade de afirmação nas redes sociais seja por ostentação, ganho de autoestima, ou quaisquer outras finalidades provenientes da vaidade. Em contrapartida, a partir do momento que você recorre a uma metodologia induzida, fake, como investir no ego por algo forjado? Soa um tanto contraditório, mas há quem de fato de sinta bem com isso.

 

A MANIPULAÇÃO NO CENÁRIO POLÍTICO

 

Além das finalidades já citadas, há algumas outras de teor mais crítico, como é o caso da manipulação de assuntos políticos, ou ate mesmo, o alavancar dos próprios políticos em épocas de eleição. Não se engane achando que essa é uma realidade mais presente em outros países como os Estados Unidos, há geradores e influenciadores de opinião recorrendo a essa metodologia também no Brasil. Em determinado período de eleições no Brasil, O facebook conseguiu identificar onze políticos de partidos como PSDB E PMDB envolvidos nesse esquema de compra de seguidores.

Mas como funciona?

A estratégia é influenciar demais usuários das redes (eleitores) por meio de hashtags. Os robôs tentam “bombar” determinada hashtag de algum político em específico ou de algum assunto referente a ele. Hashtags são símbolos do mundo virtual que agrupam determinada assunto por meio de uma palavra chave. Há também, a compra de retuítes de políticos no twitter, curtidas das postagens, comentários positivos, e acredite, existem “ataques fakes” aos rivais políticos, e embates entre seguidores fakes dos políticos adversários.

 

O RETORNO – PRÓS E CONTRAS

 

Há quem acredite que essa metodologia de fato traz um retorno positivo, e que tendo o capital, vale a pena investir para alcançar mais rapidamente seus objetivos. Por outro lado, tudo que vem fácil, também vai fácil. A popularidade não consegue ser mantida por muito tempo, a compra de seguidores e dos robôs é temporária e vai chegar o momento em que a “farsa” vai vir à tona, piorando a situação. Em suma, a popularidade instantânea pode se tornar uma rejeição no futuro. O que é verdade e que se pode assegurar é tentar conseguir alcançar seus feitos por mérito próprio e investindo no marketing digital seguro (leia nossa matéria sobre o assunto para entender melhor), este sim, tem um retorno duradouro e progressivo.

 

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