Charliane: Vida, Conquistas e Feminismo

Muito tem se falado nos últimos tempos em ativismo feminino e o quanto a mulher tem se destacado no cenário dos negócios e enquanto líder nos mais diversos segmentos. O Aqui No Guia, convidou neste dia das Mães, nada menos que a única vereadora mulher de Itabuna para falar um pouco da sua trajetória de vida até chegar onde chegou. Charliane, mãe, vereadora, ativista, feminista e contadora tem ganhado cada dia mais notoriedade na cidade por ser uma mulher destemida e perseverante.

 

Charliane, primeiramente nos conte um pouco de você, da sua trajetória de vida até chegar aqui.

CS – Nasci no dia 13 de março de 1976, em Itabuna-Bahia, tive minha primeira renda aos 12 anos como monitora da CBI Informática, aos 15 anos tive a oportunidade de trabalhar num escritório contábil e com experiência adquirida, consegui abrir meu próprio escritório aos 19 anos. Em 2009 graduei-me em Ciências Contábeis na UNIME de Itabuna. Estou casada há 25 anos com Cesar Coutinho Borges, comerciante, e temos uma filha, Taiane da Silva Borges.

De onde surgiu a vontade de se tornar vereadora?

CS – Sempre tive identificação com as questões sociais e acabei me aproximando da população mais carente através de campanhas que me engajei e, fui percebendo que por mais que fizesse, a população ainda se encontrava com grandes necessidades, daí surgiu a possibilidade de ser candidata e dar uma opção para o povo, por acreditar que eu poderia fazer minha parte e contribuir com a mudança que tanto buscamos na política . Foi então, que consegui ser eleita com 827 votos como vereadora para o mandato até 2020.

A senhora é a única representante feminina na câmara de vereadores. Já lidou com alguma situação de machismo?

CS – Sou uma mulher que venci em um meio onde tem que se lutar contra o machismo constantemente e a Câmara é um reflexo da sociedade, infelizmente o machismo existe, ainda mais por eu ser a única mulher no meio de 20 homens, mas posso garantir que lido muito bem com essa situação.

Como enxerga o “empoderamento” feminino? A senhora se considera feminista?

CS – Enxergo o empoderamento como uma série de atitudes que levam a uma valorização e auto reconhecimento de ser mulher. Se ser feminista é defender que a mulher tenha os mesmos direitos e oportunidades que os homens, me considero feminista. Porém, entre o empoderamento e o feminismo aposto na sororidade: que tem como referência a irmandade, sem nenhum clima de disputa, com cumplicidade, com empatia e apoio mútuo entre nós mulheres.

 

Mudando de assunto, sabemos que também é empresária. Qual é o segmento da sua atuação no empreendedorismo e como consegue se dividir entre ser vereadora e empresária na correria cotidiana?

CS – Me dividir nos dois segmentos só é possível porque conto com o apoio de duas equipes dedicadas e totalmente comprometidas, uma no escritório da AGAPE Contabilidade e outra no gabinete da Câmara, assim desempenho minhas funções sem nenhum prejuízo.

Além de vereadora e empresária, sua atuação se destaca também no contexto comunitário e pelo prazer por esportes. Nos conte um pouco sobre isso.

CS – Como sempre estive envolvida em causas sociais, notadamente aquelas voltadas para as comunidades dos bairros carentes de nossa cidade, em diversas oportunidades, com recursos próprios, promovi doações de alimentos, cobertores e roupas e, em outras ocasiões atuei na arrecadação deste itens e utensílios para efetiva distribuição com os necessitados, tudo isso, antes mesmo de exercer mandato político, mas sempre estive movida pelo sentimento da solidariedade aos que vivem à margem da sociedade. Me engajei em diversas campanhas sem fins lucrativos, pois meu trabalho pautava-se e pauta-se, em comunhão com grupos solidários, foi quando surgiu o Grupo ABS, que exerce um papel fundamental na sociedade, realizando campanhas beneficentes para aquisição de recursos visando atender as necessidades prementes da população carente.  Afora tudo isso, no que diz respeito ao esporte, eis que minha inquietude e o desejo de não me manter parada me fez comprar uma bicicleta e praticar o pedal duas vezes na semana, conciliando com o jogo do baleado, esporte este que me possibilita reviver bons momentos.

Quais os seus sonhos?

CS – Meu sonho maior é ter um espaço próprio para poder criar meus 6 cachorros soltos e mais os que pretendo resgatar assim que este sonho for realizado.

Qual o pensamento que gostaria de deixar para os nossos leitores e leitoras?

CS – O pensamento que deixo é o desejo que minha trajetória política registre um diferencial. Sei que os partidos são fundamentais, mas, trabalho particularmente com o olho no olho, dialogando e colhendo o sentimento da população para ter a condição e dinâmica de colocar isso em prática, onde as políticas públicas cheguem para melhorar a qualidade de vida do nosso povo.