Cultura Maker: O novo “Do It Yourself”

Iniciativa é a palavra chave da cultura Maker. Se algo quebra na sua casa, se o chuveiro não funciona, o que fazer? Chamar alguém para consertar e pagar pelo serviço ou fazer você mesmo e tirar algo de proveitoso para o seu conhecimento e de outras pessoas? Com o advento das novas tecnologias, o “fazer você mesmo” tem se tornado cada vez mais acessível e possibilitando que as pessoas possam fazer seus próprios utensílios e resolver seus próprios problemas.

Em tempos de conexão online, criação e compartilhamento, o movimento Maker tem se consolidado para os mais variados âmbitos, não somente a tecnologia e a inovação, mas atendendo outras inúmeras demandas. O “Maker” chegou para ficar e você descobrirá o porquê.

O QUE É O MOVIMENTO MAKER?

Se você já ouviu falar no termo “Do it Yourself – DIY” ao qual se popularizou bastante principalmente na plataforma Youtube com pessoas fazendo diversos produtos com suas próprias mãos, em vez de comprar algo pronto, então logo entenderá do que se trata o Movimento Maker.

O Movimento Maker é uma extensão da cultura Faça-Você-Mesmo ou, em inglês, o famoso Do-It-Yourself. Esta cultura tem como premissa a ideia de que pessoas normais, podem fazer qualquer coisa como criar, construir, consertar, alterar objetos, modificar e fabricar qualquer objeto com suas próprias mãos, ou seja, o grande incentivo desta cultura é a de que ao invés de comprar um produto, produza você mesmo.

É fato que o Movimento Maker se tornou um desdobramento do DIY, mas a grande diferença é a de que a Cultura Maker está voltada mais às temáticas da tecnologia, gerando inovações e tendências na comunidade tecnológica. Com a chegada da impressora 3d e dos microcontroladores como o Arduino – uma plataforma de prototipagem eletrônica –, o Movimento Maker tem se popularizado ao perceber o quanto as inovações e a criação do inimaginável, se tornaram mais acessíveis e possíveis, o que antes era tido como algo que só poderia ser concretizado por uma pessoa com total experiência ou formação na área, agora pode ser feito por alguém normal.

Esta é apenas uma introdução do movimento, que tem se propagado para grandes eventos a nível mundial estimulando novos estudantes e entusiastas à inovar. Estamos presenciando uma nova revolução industrial que tende a alcançar grandes proporções para a evolução da sociedade.


COMO SURGIU?

Hoje sabemos que a cultura Maker tem se fixado cada mais na contemporaneidade com a evolução das tecnologias, mas como todo movimento, ele teve sua origem. O movimento Maker nasceu na década de 70, com a revolução do computador pessoal. Mas foi somente em 2000 com o surgimento da revista Make – a qual da nome ao movimento, e à toda a “sugestividade” da palavra. Outro grande estopim e que está diretamente atrelado como símbolo dessa cultura, é o surgimento da impressora 3D lançada por Adrian Bowyer no início dos anos 2000 que representou o marco inicial do movimento, pois a partir da consolidação dessa maquina, tornou-se possível as primeiras fabricações Makers de protótipos, o que diminuiu custos de produção para determinado objeto e o tornou mais acessível.

 

VALORES PROPAGADOS PELA CULTURA

 

Alguns valores são imprescindíveis para a cultura maker e para você que tem criatividade e deseja fazer a diferença tornando-se um Maker.

Fazer – Ter Iniciativa e executar a ideia.

Compartilhar – Compartilhar os conhecimentos adquiridos a partir das experiências, para alcançar novos “fazedores”.

Dar – Tem muito a ver com doar. Ou seja, fazer e não ter apego ao objeto e ao conhecimento só para você. Desapegue e doe, faça algo necessário para a sociedade e dê para alguém que precise.

Aprender – Aprender é uma constante. Sempre estar na busca de novos conhecimentos para inovações. Sempre há algo a ser aprendido e aprimorado.

Ter as ferramentas certas – Não basta ter a ideia se não tem as ferramentas para executá-la. Graças à internet e ao e-commerce, as ferramentas tem se tornado cada vez mais acessíveis, o que tem possibilitado a adesão de novos Makers, fazedores.

Brincar ou experimentar – Saia do comodismo e experimente novas descobertas.

Participar – Compareça em seminários, festas, eventos e espaços para trazer novas conexões com fazedores e ideias.

Apoiar – Seja apoiador ou apoie financeiramente, politicamente, emocionalmente e intelectualmente.

Mudar – a mudança será sua nova aliada, mude pois sempre terá um aprendizado.

 

CULTURA MAKER NO BRASIL

No Brasil, o movimento começou com o site LabdeGaragem, que foi o pioneiro no país em compartilhamento de informações de projetos, influenciando e incentivando pessoas a se tornarem novos fazedores.

Atualmente, a comunidade Maker no Brasil possui dois grandes portais que divulgam conteúdos educacionais gratuitos afim de trazer mais acessibilidade para o fomento do movimento no país. Eles disponibilizam um espaço para interação entre os Makers, o que é bastante necessário no compartilhamento e divulgação de novidades, e também de novos conhecimentos acerca da tecnologia e robótica no país. Hoje, FilipeFlop e Fazedores são esses principais portais.

Tecnologia e Inovação

Como mencionado, o Movimento Maker tem relação direta com a criação de novas tecnologias, mais acessíveis e possíveis para pessoas criativas que queiram se tornar inovadores.  Com a internet, conectando “fazedores”, facilitando a divulgação de vídeos e manuais de experiências, a propagação da cultura tem se alastrado, pois, assim como a premissa do DIY, é de suma importância a divulgação desses conhecimentos não só para que as inovações alcancem o máximo de pessoas, como também incentive novos fazedores e novas ideias.

A cultura no Brasil tem se tornado tão presente, que hoje, grandes eventos têm atraído públicos cada vez maiores, popularizando e trazendo maior credibilidade ao movimento. Com isso, mostra-se a necessidade da cultura Maker para o fomento da evolução, inovação e progresso do país. Para isso, temos como maior exemplo a Campus Party.

Educação

Para além da tecnologia e inovação, a cultura também beneficia outros campos da sociedade, impulsionando a inovação em empresas, serviços, projetos sociais e até em escolas. Mas como?

A cultura valoriza a experimentação, o aprendizado mais significativo, estimulando jovens e crianças a desenvolverem competências como criatividade, empatia e autonomia.

Percebendo isto, muitas escolas tem priorizado atividades práticas e projetos em laboratórios, que proporcionam uma experiência mais engajadora, ao invés de somente a aula teórica que traz o conhecimento, mas não estimula à criação, a autossuficiência do Maker, e com isso, trazer benefícios tanto pessoais quanto profissionais de autoconfiança para o desenvolvimento destas pessoas.

Em suma, percebemos o quanto a cultura Maker tem se tornado essencial para o progresso do país, e isso se mostra não somente no âmbito tecnológico e econômico, mas também, no sentido social ao qual punge a evolução humana.

Fontes: FreeTheEssence /Futura

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