Empreendendo na Confeitaria: Entrevista com Elice Hadassa

O aumento da procura por produtos gourmet tem impulsionado o mercado e os novos negócios. Com esse crescente número de empreendimentos, o mercado tem se tornado cada vez mais competitivo nesse setor. Mas o que é uma confeitaria Gourmet?

Gourmet é o nome que se dá a um estilo de culinária mais elaborada, requintada e que atende às exigências do consumidor com gosto mais apurado em relação à qualidade e apresentação do prato ou da bebida.

Com isso, muitas são as confeitarias quem tem buscado se especializar e serem mais atrativas aos clientes, a exemplo das pâtisseries. A Pâtisserie é uma espécie de padaria francesa especializada em  bolos e doces, mas para obter esse título é necessário um curso de especialização.

O Aqui No Guia, convidou uma especialista no assunto na região de Itabuna, a chef pâtissier, Elice Hadassa.

 

Elice, primeiramente gostaríamos de saber como surgiu essa paixão pela confeitaria?

EH – Desde criança eu sempre gostei de trabalhar com bolo, de fazer em casa, a parte da sobremesa sempre foi minha. Então essa paixão surgiu a partir do momento que eu me vi ali dentro da empresa dos meus pais, que percebi que isso era o que eu queria para minha vida, então aí eu fui fazer os cursos em São Paulo e me apaixonei pela arte de confeitar.

Sabemos que recentemente abriu uma pâtisserie em Itabuna, o que é um grande feito no segmento de confeitaria na cidade. De onde partiu essa ideia de abrir um negócio nesse sentido?

EH – Bom, com algumas viagens que eu fiz com meu irmão e meu marido, que são meus sócios também, percebemos que a cidade não tinha um estilo mais fino, um ambiente, um espaço legal para que as pessoas comessem um doce bem feito, de qualidade. Então surgiu essa ideia pela carência que a gente identificou na cidade, por já trabalharmos com esse segmento, com doces, e eu já ter me especializado na linha mais fina, constatamos que precisaria de um ambiente, de um espaço e de todo um conjunto: de loja e de produtos, foi daí que surgiu essa ideia.

Para se tornar uma pâtissier é necessária a realização de um curso, certo? Como se dá essa especialização?

EH – Essa especialização é um curso a parte do curso de confeitaria. Você faz o curso de confeitaria e daí você decide se especializar na confeitaria francesa, que é um curso a parte, e que é justamente a confeitaria que a gente se inspira, a confeitaria francesa.

Além da referência francesa, você costuma buscar referências em outros países, ou prefere receitas mais autorais e criativas?

EH – Bom, eu me inspiro muito na confeitaria francesa, mas também, em outras confeitarias. Na verdade eu acho que nós brasileiros e chefes, temos que valorizar o produto da gente, valorizar os produtos da região, valorizar a nossa cultura, então o que eu tento é sempre adaptar ao nosso paladar, à nossa cultura, com as frutas que temos na região, com os chocolates que temos aqui. Então eu acho que é possível se inspirar em outros países sem perder a nossa identidade. Eu sou muito a favor de ter uma identidade na cozinha, de ser autêntico e com isso, usarmos o que temos na nossa região e no nosso país.

Quais são os bolos, doces e produtos mais populares que tem conquistado o paladar dos clientes?

EH – Os macarons estão sendo muito bem recebidos pelo pessoal daqui e principalmente os bolos da nossa Red Velvet que é uma massa aveludada vermelha com recheio de frutas vermelhas e cream cheese, a nossa torta de morango com sequilhos de amêndoas, que é morango fresco com geleias e também, os nossos doces.

Muito tem se ouvido falar em espaços “gourmetizados”. Na sua opinião, qual a importância de investir não só em um produto de qualidade mas também em um espaço que proporcione essa junção?

EH – Eu sempre falo que sou contra o termo Gourmet porque eu acho que as pessoas usam esse termo sem investir na qualidade do produto ou do material que você usou. Então, antes de qualquer coisa, temos que investir no produto, na matéria prima, na qualidade do material, no atendimento, porque vejo muita gente usando o termo Gourmet sem ter qualidade. Eu penso isso, que temos que apresentar um produto de qualidade e é isso que tentamos mostrar para o cliente: o que é um produto de qualidade, diferenciado nas técnicas, no nosso insumo, na preocupação de sempre estar prestando o melhor serviço.

O espaço valoriza o produto e eu acredito que é necessário que tenhamos um espaço aconchegante onde o cliente se sinta em casa, onde ele possa sentar e comer tendo conforto. Acredito que é necessário que exista esse ambiente, o que também é o nosso objetivo aqui.

Patisserie Elice Hadassa

Além da pâtisserie, há outros serviços e empreendimentos nesse segmento realizados por você?

EH – Nós trabalhamos também com eventos, com casamentos, com festas, com bolos personalizados, com bolos de noivas, com bolos de festa. E hoje, uma das nossas prioridades é atender esse público, porque também me especializei em bolos decorados, flores de açúcar, que é algo que ainda não tem aqui na região, existem poucas pessoas que fazem esses bolos mais finos para eventos e esses doces para festa.

Como costuma atuar neste segmento de casamento? Como é realizado esse contato?

EH – O acompanhamento com a noiva começa desde o primeiro contato. Então começamos o processo de saber qual é o sonho dela, o bolo dos sonhos, a inspiração, o tema da festa, para então, fazermos um bolo o mais autêntico possível e único para aquela noiva. Fazemos o processo de degustação dos doces, das massas e dos recheios para conseguirmos fazer o melhor bolo possível para ela.

Por fim, como enxerga a implantação desse mercado aqui na região. Um possível futuro promissor?

EH – Olha, eu acredito que a nossa região comporta sim esse tipo de empreendimento, acredito que ainda existe muita carência nessa área, mas eu acho que as pessoas tem tido uma boa aceitação, de gostar desse tipo de produto e principalmente com a abertura das redes sociais e da televisão onde todo mundo conhece e já tem acesso. Nós temos um público legal aqui, um público que tem tido uma aceitação boa, então eu acredito que esse segmento da confeitaria tem sim um futuro promissor.

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