QUANDO A SUJEIRA SÓ SE ESPALHA

O caos chamado Brasil

 

Perguntas sugestivas sempre geram infinidades de respostas, e claro, para todos os gostos. Recordo-me que estava isolada do mundo quando compreendi que um grupo de cinco espanhóis discutiam sobre o rumo do Brasil dentro de um restaurante no norte da Espanha. Calma, do meu Brasil e isso me intrigou. Pedi mais um café e me aproximei da mesa, disse que o assunto me interessava e apresentei-me como brasileira.

Discutiam sobre o áudio divulgado do presidente e eu não fazia ideia do que acontecia no Brasil. Me mostraram o jornal internacional, e, mais uma vez, fiquei perplexa. Óbvio que os europeus também estavam espantados por não compreender o que a população fazia enquanto o chefe da nação estava sendo acusado de barbaridades. “Vergonha”, foi o que disse. “Vergonha não resolve”, acabei escutando.

Vergonha por não ser verdadeiramente representada. Vergonha por não existir um movimento popular em todos os âmbitos para exigir a sua saída. Inclusive é preciso de um estudo para se entender o motivo da eclosão de protestos generalizados. Vergonha por ver tamanho desmando sem punição. Pela exclusão de direitos já garantidos. Vergonha. Vergonha… E sim, todos têm culpa.

Certa vez li que o atual presidente já foi professor de direito constitucional, quando me deparei com essa informação o estomago embrulhou, juro. Talvez seja um seguidor de James Farrel: “faça o que eu digo, mas não faças o que eu faço”. Mas, porque não se cumprem as leis? Porque a vergonha não parte dos mais poderosos que devem ser o reflexo para a pátria?

Como disse, perguntas sugestivas são subjetivas, mas faz pensar sobre as novas acusações, sobre as corrupções, sobre o abandono de lideranças políticas, e sem dúvidas o mais importante: sobre o nosso futuro.

Não tive respostas para aqueles que tentavam opinar sobre o futuro do nosso Brasil, apenas me uni a eles para formular e reformular ainda mais perguntas. Todas sem respostas. Todas reflexivas.

Não sabemos para onde vamos, não temos certeza de como estamos. Somente seguimos com uma certeza: Temer cairá atirando munido de uma metralhadora.

Juliana Soledade

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