STF mantém possibilidade de cobrança de mensalidade em colégios militares

Supremo rejeitou, por unanimidade, ação apresentada pela PGR com objetivo de impedir cobrança. Comando do Exército e AGU defenderam manutenção da cobrança.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (24), por unanimidade, que os colégios militares podem manter a cobrança de mensalidades em suas unidades.

Os ministros entenderam que esses colégios, apesar de públicos, estão fora do sistema tradicional de ensino e não recebem o mesmo repasse da União, portanto, podem cobrar valores para custeio dos estabelecimentos.

O Supremo rejeitou ação apresentada pela Procuradoria Geral da República em 2013, que pretendia afastar a cobrança obrigatória para alunos matriculados em colégios militares. Segundo a ação, o ensino oferecido pelo Estado deveria ser gratuito a todos os cidadãos em qualquer situação.

“A gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais constitui, portanto, mecanismo voltado a tornar efetivos os mais relevantes objetivos da República e a conferir efetividade ao direito à educação, em atendimento ao denominado núcleo mínimo existencial”, dizia a ação, acrescentando que “os colégios militares, embora tendo ‘características próprias’, não se descaracterizam como estabelecimentos oficiais de ensino”.

O Comando do Exército e a Advocacia Geral da União defenderam a manutenção da cobrança que se dá, segundo os órgãos, em valores mais baixos do que os do ensino particular.

Na avaliação dos ministros, a matrícula nos colégios militares é opcional e, para ingresso, os alunos passam por uma ampla avaliação. Por isso, não se pode comprar esses colégios com o sistema tradicional de ensino público.Somente o ministro Luís Roberto Barroso não participou do julgamento porque está em evento fora do Brasil como representante do STF.

Segundo o relator da ação, ministro Luiz Edson Fachin, as contribuições ajudam os colégios a manter a qualidade. “Essas contribuições permanecem relevantes para o custeio de uma das instituições de excelência educacional no Brasil.”

Fonte: G1

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