Pagamentos: Novos dados Pix mostram forte aceitação do público

A nova ferramenta do BC causa um impacto notável em seus primeiros meses.

Na sexta-feira (18), o Banco Central do Brasil (BC) divulgou novos dados sobre o Pix, a ferramenta brasileira que permite a seus usuários – pessoas físicas, jurídicas e entidades governamentais – enviar ou receber transferências de pagamentos em poucos segundos e a qualquer momento, inclusive em dias não úteis. Conforme já demonstrado pelo número de usuários escritos na plataforma do Pix e dados lançados anteriormente sobre a ferramenta, o Pix tem obtido rapidamente a aceitação do público e manteve um forte CMGR (Crescimento médio ponderado) tanto em volume (R$), > 50%, e número de transações (#)> 60% , desde novembro.

Pix vs TED. Não é novidade que o uso do Pix em transações mudaria o mercado, mas o ritmo que tem conseguido manter é excelente, a nosso ver. O Pix experimentou um forte crescimento em seu uso como ferramenta de transferência de crédito, ultrapassando o TED em número de transações em janeiro de 2020, boletos de pagamentos em março de 2021 e em abril de 2021 ultrapassando o uso de ambas as ferramentas combinadas. É importante destacar que o TED ainda lidera em volume, superando até mesmo alguns métodos de pagamento, como cartões de crédito.

 

Pix vs Transferência e Pagamentos. Quando comparados a outros métodos de transferência / pagamento, como cartão de crédito, cartão de débito, débito direto, TED e outros, os números trimestrais do Pix ainda aparecem tímidos devido ao seu crescimento exponencial. No entanto, já podemos perceber que o seu impacto vai muito além das transferências, sendo a sua utilização como meio de pagamento uma das principais explicações possíveis para a diminuição da utilização do cartão de débito no primeiro trimestre.

Impacto em nossa cobertura: Do lado da transferência, vemos a sólida penetração do Pix como um fator negativo para os bancos em geral, especialmente para os incumbentes, já que costumavam cobrar ~ R$ 10 de taxas por transação, embora a transação pudesse ser gratuita para os clientes dependendo do número de transações e do tipo de conta e que representasse uma pequena parcela da receita de tarifas do banco. No entanto, é importante destacar que as fintechs (como Inter, Nubank) já não cobravam taxas ou cobravam uma taxa muito mais baixa em relação aos grandes bancos, portanto, essa transição para o Pix poderia ser um fator positivo para elas, dado que os custos de transação do Pix são menores. Do lado dos pagamentos, o impacto é ainda menos pronunciado, mas é possível ver alguns dos temores se materializando, já que os números mais fracos do cartão de débito podem ser sinais de substituição pela nova ferramenta que pode acabar ameaçando as linhas de cartões de crédito no futuro quando os novos recursos do Pix entrarem em ação (“Pix Garantido”).

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